segunda-feira, 7 de maio de 2007

Almo-te


Poeta dos meus sonhos,


É nesta noite em que o céu se destapa
e num breve gesto sensual deixa descair
o delicado lençol das estrelas fluviais,
aquelas que não só destapam seus seios
e a tatuagem do cacimbo no seu ventre
mas, onde se destapa também a sua alma noturna...

A noite despida e tatuada
se mostra delicada e preparada
recebendo em si, mais uma vez o cacimbo
que na selvageria do Zambeze enchente
se faz presente lembrando a última noite...
Aquela que foi amada e tatuada.
Como deusa do mundo dos sonhos
a noite pressente essa chegada no arrepio
dos mamilos desnudos e da pele delicada
que num breve sussurro se sossega
para cumplicidades trocar com seu povo...
pirilampos-deuses discretos e cúmplices
que se escondem na savana deste poema.
Nesse encontro,
da noite com o cacimbo
o silêncio reinara na terra dos sonhos,
fazendo-se sentir apenas os gemidos
dos falos ardentes adentrando freneticamente
Na alma da noite...

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