
Deslizo na brisa
sou melodia…
Em cada dó menor
a mão dormente
o momento roubado
a vertigem extinta
Alvorece.
O som a saudade
cresce em ritmo compassado
assumindo o bailado da desistência
domado, servil, estio, pegajoso
Alvorece.
Rompe-se o sussurro
quebra-se o abstracto do soletrar
soprando as ruínas desfeitas em pó
do invisível abandono da demência.
Alvorece. Mesmo quando chove.
Sabes? O vício dos silêncios teima em sobrevalorizar as ausências. Ironicamente preciso violentamente desse vicio para escrever. Estranho…
4 comentários:
Humm..vícios docemente entranhados nos nossos alvoreceres.
Quem não precisa?..
Um beijo
Vicios tao entranhados que se tornam em nos...
É que todo vício
É precipício
E desde o início
Teus ritmos
Aguçam meus instintos
Mesmo os mais ilegítimos
E os sinto
Nessa sua melodia
QUe pelas idéias se irradia
E ressucita a vertigem
QUe ao cair do abismo
Eu só quero o teu lirismo
E os apices que atinges
Enquanto cinges
A chuva
E turva
Minha aquarela
Com sua cor única...
... Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.
... Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
... Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?
Cecília Meireles
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