
Inverdades escondidas
teatros cegos de mim
exaustos de aplausos sem cor
e poeiras do quotidiano
Vendo sem piedade a alma
cubro-a de cetim negro
cor de quaresma da vida
sufocada em palavras não soltas
poesias do nunca mais,
cegueira que silencia a dor
Não abro...
Arrasto-me no som
aguço outros sentires
no meio de orvalhos e raizes
sussurros cobertos no desejo
passado que teima em viver
ao sabor dos dias
ao sabor da vida
ao sabor de ti.
Cego-me no suspiro
de beijos perdidos
e madrugadas vividas
em prosas de lençois suados
ritmos e cansaços indiferentes
de olhares enfurecidos
e sorrisos apagados de sonho.
Vivo mas não vejo.
Um comentário:
Ante sua cegueira
Ele tentaria qualquer besteira
Apenas para vê-la sorrir
Do quotidiano se despir
E com ele subir
Se envolver
Arder
E tudo esquecer
Pois o mundo muito precisa se esmerar
Pra começar a lhe merecer
Ele compraria-te a alma
Apenas para vê-la mais calma
Livrar-te do passado
De todo incômodo guardado
Enquanto afagaria seus desejos
Cubriria-te de beijos
Pois és mais do que o que vejo
Transpiras o que sinto
Para livrá-la da dor
Ele dedicaria-te todo o olor
O labor de um amor
Tão recheado de furor
Que a dor e o cansaço
Seriam parcos
Ante a proteção daquele abraço
Do arder do nosso regaço
E de toda cor que iria colorir os seus sonhos e os sons
Os cheiros e os paladares
O tato
Seu tato
Onde me arrasto
Me assanho
Para lhe salvar
Lhe guiar
E toda lhe enxergar...
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